4 de outubro de 2012

Divulgação científica

Não basta fazer ciência, tem que divulgar.

Essa é a minha opinião. Eu acho que todas as áreas de pesquisa científica são importantes e contribuem com peças que nos ajudam a entender o quebra-cabeça que é o nosso mundo (e Universo), mas o conhecimento científico não deve ficar restrito àqueles que o constroem.
É claro que não tem o menor sentido falar de detalhes avançados da ciência para o público leigo. Mas os principais conhecimentos sempre podem ser simplificados para uma linguagem mais acessível. Divulgar a ciência, de alguma maneira, deve ser uma obrigação de todos os institutos de pesquisa e universidades.

Não digo que todos os cientistas devem trabalhar diretamente com o público, porque nem todo mundo gosta e/ou tem habilidade para isso. Mas sempre é possível colaborar de alguma forma, nem que seja valorizando a divulgação científica e apoiando aqueles que a fazem.
Eu digo isso porque já conheci algumas pessoas que menosprezam a tal "atividade de extensão", seja aqui no Chile ou no Brasil. Uma pena.

Eu, particularmente, sou uma grande entusiasta da divulgação da astronomia. Adoro!
Acho que ter crescido freqüentando o Museu de Astronomia (a minha mãe trabalhou lá por vários anos, quando eu era criança) ajudou nesse processo. No meu 2o ano de faculdade eu entrei de forma voluntária no projeto de extensão do Observatório do Valongo (UFRJ). Durante 4 anos, participei de muitas atividades com o planetário inflável e jogos, em diversas feiras de ciência e eventos, além de visitas à colégios. Era ótimo!

Quando vim para o Chile fazer mestrado, senti muita falta disso. No Ano Internacional da Astronomia (2009), eu participei de uma exposição sobre astronomia no Centro Cultural Palacio La Moneda. Mas foi só.

Já em 2011, quando entrei na Universidad de Chile para fazer doutorado, voltei a trabalhar com divulgação da astronomia. Aqui no Chile todas as universidades são pagas (inclusive as públicas), e em nosso programa de doutorado temos que trabalhar (além da pesquisa) para pagar 50% da mensalidade (os outros 50% são bancados diretamente pelo departamento). As opções são trabalhar como monitor de alguma matéria de graduação ou pós, trabalhar com divulgação científica no programa de extensão, ou trabalhar em alguma coisa que o departamento porventura precise.
Eu escolhi a extensão, é claro. E não me arrependi! O trabalho às vezes é meio puxado (temos que atender grupos de ≈40 pessoas, principalmente de colégios, em visitas diurnas e noturnas ao observatório), mas é muito legal. Depois de cada visita, ao ouvir os agradecimentos e elogios dos visitantes, me sinto muito bem. Com uma sensação de dever cumprido e feliz por ter feito com que mais pessoas entendam o que é a astronomia e a sua importância. Também me emociono ao ver a emoção das pessoas ao observar pela primeira vez num telescópio. :)

Bom, sei lá, era isso... Hoje me deu vontade de escrever um pouco sobre o assunto. Espero poder continuar trabalhando com divulgação da astronomia, direta ou indiretamente, para o resto da vida. E quem sabe um dia não faço um blog especializado no assunto, ou escrevo um livro? O futuro dirá! ;)


Minha última participação no planetário inflável da UFRJ, na Semana de C&T no Fundão (2008)
Trabalhando na exposição de astronomia no Centro Cultural Palacio La Moneda (2009)

No telescópio meridiano de Calán (U. de Chile), depois de atender o público no Día del Patrimonio (2012)  

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