21 de janeiro de 2011

Bandeira

E no meio da paisagem cinza do centro de Santiago, a gigante bandeira do bicentenário se destaca.


Valeu a pena subir o Cerro San Cristóbal! :)

18 de janeiro de 2011

Um belo dia de aniversário

Como disse há dois posts atrás, sábado foi meu aniversário.
Eu completei 24 anos, e foi o primeiro aniversário que passei fora do Brasil e longe da minha família e amigos mais próximos. Foi um pouco estranha a sensação mas, pelo menos, foi um belo dia de aniversário! :)

As comemorações começaram na noite do dia anterior com o Claudio e um casal de amigos, num bar do Barrio Brasil. De lá, seguimos para casa, onde continuamos a beber cerveja e comer tira-gostos. Quando deu meia-noite, já oficialmente meu aniversário, foi hora de receber abraços e presentes. Algumas horas depois, no meio da madrugada, fomos dormir.

Acordei razoavelmente cedo na manhã de aniversário. Fiquei de preguiça na cama, tomei café da manhã, recebi alguns "parabéns" por telefone, skype, facebook, e-mail e etc…
Aí decidimos fazer um passeio de bicicleta, até o Parque Araucano, em Las Condes. São aproximadamente 8km da nossa casa até lá, um lindo caminho e um ótimo exercício. Para completar, fazia um lindo dia em Santiago!
Fizemos piquenique no parque, aproveitamos a sombra de suas belas árvores, e depois voltamos para casa (mais 8km, mas pelo menos a volta era com descida).

O resto do dia foi tranqüilo, incluindo um jantar de comida japonesa e vinho branco. Ah, e não podia faltar o bolo, é claro! Mais um ano de vida e um belo dia de aniversário!

Deixo vocês com uma foto que tirei no Parque Araucano. Até mais! ;)

17 de janeiro de 2011

Macanudo 8

Preciso ir à Argentina agora!!!

É que no final do ano passado foi lançado o Macanudo 8! 
(Quem não sabe o que é Macanudo, entre nesse post).

Mas aqui no Chile (e no Brasil também) só vendem até o Macanudo 5. Os números 6, 7 e 8 ainda não chegaram... 
Quando eu fui à Buenos Aires em abril do ano passado, comprei o nº7. Mas não encontrei o nº6 em nenhuma das livrarias em que eu entrei (e olha que eu entrei em muuuuuitas!). 

E agora saiu o nº8. Eu quero!!!!! Olha só que linda (e misteriosa) a capa do novo livro:


Bom, se alguém for à Argentina e quiser me dar um presente, procure pelos Macanudos 6 e 8! hehehe

15 de janeiro de 2011

Parabéns para mim!

Hoje é meu aniversário, oba!
Então, sem mais bla bla bla, parabéns para mim!!! :D
E para minha prima Lais também! hehehe

14 de janeiro de 2011

Providencia Jazz - parte 2

Como eu já havia comentado com vocês no post anterior, anteontem eu fui ao Providencia Jazz, um ótimo festival que já está na sua décima edição.
Foi realmente uma excelente noite de jazz! Os nossos ingressos não tinham lugar marcado mas, chegando uns 40 minutos antes, conseguimos ficar bem localizados.

A noite começou com o sexteto argentino Escalandrum, cujo um dos integrantes é neto de Astor Piazzolla. A mistura de jazz com tango é bem interessante e o show deles foi ótimo!

O grupo argentino Escalandrum

A segunda atração foi a brasileira Eliane Elias. Eu já a conhecia de nome, mas não sabia de sua longa trajetória na música e tampouco da sua excelente qualidade! Amei o show! Ela arrasa no piano, tem um voz muito bonita e é super simpática no palco!
A sua filha Amanda Brecker também participou do show, em três músicas, incluindo uma de autoria própria. Ela tem talento, mas não se compara à mãe. Quando as duas cantaram juntas "A Felicidade", de Tom Jobim, a voz da filha sumiu.
Mas enfim, foi maravilhoso! Eu recomendo fortemente escutar à Eliane Elias! :)

Eliane Elias
E o resumo da ópera (ou do jazz) é que foi uma dessas noites memoráveis, daquelas que deixa a alma mais leve, como só a boa música pode fazer.

12 de janeiro de 2011

Providencia Jazz

Hoje é dia de Jazz! Ou melhor, é dia de noite de jazz! :)

Está rolando aqui em Santiago o festival Providencia Jazz, no Parque das Esculturas. Eu adoro esse parque e a cada dia gosto mais de jazz, então por que não juntar os dois? :P
São três dias de festival (começou ontem). Mas como o meu tempo e dinheiro não são ilimitados, tive que escolher só um dia para ir: hoje!

Começa às 21h e vai ter o grupo argentino Escalandrum, que mistura jazz tango e folclore, e a pianista brasileira Eliane Elias. Depois eu conto para vocês como foi! :)

10 de janeiro de 2011

Hit the road Jack!

Tenho andado bastante ocupada nesses dias e com pouco tempo para escrever aqui. Enquanto eu não volto com mais blá blá blá, um pouco de música boa para vocês! :)

7 de janeiro de 2011

A viajante

Estou lendo um maravilhoso livro de crônicas do Rubem Braga, chamado A Borboleta Amarela.
Quando fui ao Brasil da última vez, peguei vários livros na "biblioteca" da minha casa para trazer ao Chile, principalmente de autores brasileiros. A Borboleta Amarela foi um deles, sugestão da minha mãe.

Para quem não sabe quem foi Rubem Braga, dê uma olhadinha básica na wikipédia. Eu já conhecia algumas de suas crônicas, mas nunca havia lido um livro seu.
Compartilho então com vocês uma crônica com a qual eu me identifiquei muito. Vale a pena ler, principalmente aqueles que já saíram sozinhos para morar fora de seu país. Boa leitura!

A Viajante - Rubem Braga

Com franqueza, não me animo a dizer que você não vá.
Rubem Braga
Eu, que sempre andei no rumo de minhas venetas, e tantas vezes troquei o sossego de uma casa pelo assanhamento triste dos ventos da vagabundagem, eu não direi que fique.
Em minhas andanças, eu quase nunca soube se estava fugindo de alguma coisa ou caçando outra. Você talvez esteja fugindo de si mesma, e a si mesma caçando; nesta brincadeira boba passamos todos, os inquietos, a maior parte da vida - e às vezes reparamos que é ela que se vai, está sempre indo, e nós (às vezes) estamos apenas quietos, vazios, parados, ficando. Assim estou eu. E não é sem melancolia que me preparo para ver você sumir na curva do rio - você que não chegou a entrar na minha vida, que não pisou na minha barranca, mas, por um instante, deu um movimento mais alegre à corrente, mais brilho às espumas e mais doçura ao murmúrio das águas. Foi um belo momento, que resultou triste, mas passou.
Apenas quero que dentro de si mesma haja, na hora de partir, uma determinação austera e suave de não esperar muito; de não pedir à viagem alegrias muito maiores que a de alguns momentos. Como este, sempre maravilhoso, em que no bojo da noite, na poltrona de um avião ou de um trem, ou no convés de um navio, a gente sente que não está deixando apenas uma cidade, mas uma parte da vida, uma pequena multidão de caras e problemas e inquietações que pareciam eternos e fatais e, de repente, somem como a nuvem que fica para trás. Esse instante de libertação é a grande recompensa do vagabundo; só mais tarde ele sente que uma pessoa é feita de muitas almas, e que várias, dele, ficaram penando na cidade abandonada. E há também instantes bons, em terra estrangeira, melhores que o das excitações e descobertas, e as súbitas visões de belezas sonhadas. São aqueles momentos mansos em que, de uma janela ou da mesa do bar, ele vê, de repente, a cidade estranha, no palor do crepúsculo, respirar suavemente como velha amiga, e reconhece que aquele perfil de casas e chaminés já é um pouco, e docemente, coisa sua.
Mas há também, e não vale a pena esconder nem esquecer isso, aqueles momentos de solidão e de morno desespero; aquela surda saudade que não é de terra nem de gente, e é de tudo, é de um ar em que se fica mais distraído, é de um cheiro antigo de chuva na terra da infância, é de qualquer coisa esquecida e humilde - torresmo, moleque passando na bicicleta assobiando samba, goiabeira, conversa mole, peteca, qualquer bobagem. Mas então as bobagens do estrangeiro não rimam com a gente, as ruas são hostis e as casas se fecham com egoísmo, e a alegria dos outros que passam rindo e falando alto em sua língua dói no exilado como bofetadas injustas. Há o momento que que você defronta o telefone na mesa de cabeceira e não tem com quem falar, e olha a imensa lista de nomes desconhecidos com um tédio cruel.
Boa viagem, e passe bem. Minha ternura vagabunda e inútil, que se distribui por tanto lado, acompanha, pode estar certa, você.

(Rio, abril de 1952)

6 de janeiro de 2011

O verão de Santiago

O verão de Santiago é seco e não tem praia. O verão de Santiago não tem a graça e a mulatisse do verão do Rio de Janeiro. Mas o verão de Santiago tem seu encanto.
O calor do verão de Santiago está sob o sol, e a sombra de Santiago, mesmo no verão, é sempre fresca. O verão de Santiago nos dá o imenso prazer de sentar debaixo de uma árvore com folhas novas, sobre um pasto cheio de pequenas flores e sentir o vento. O verão de Santiago tem essa mágica, e nos faz esquecer por alguns instantes de todos os problemas que nos cercam nessa grande cidade, simplesmente fechando os olhos e viajando com o vento, debaixo de uma sombra fresca.

O cachorros também aproveitam o verão de Santiago...

3 de janeiro de 2011

Lugares do Chile - parte XVII: Cajon del Maipo

Eu já havia comentado sobre o Cajon del Maipo em outro post. Eu fui lá pela primeira vez em janeiro do ano passado, mas só pela metade de um dia, e prometi voltar.
Quase um ano depois, a minha promessa foi cumprida. Fizemos uma pequena viagem em família ao Cajon del Maipo, entre o natal e ano novo.

Começamos no dia 28 de manhã cedo, alugando um carro em Santiago. Apesar de já termos feito prévia reserva, o aluguel do carro foi bem complicado e demorou mais de uma hora (é por isso que eu NÃO recomendo alugar carros pela Alamos no Chile, é uma boa porcaria). Mas após o estresse inicial, colocamos o pé na estrada e percorremos os 200km até Baños Morales, um dos últimos povoados do Cajon del Maipo, em plena Cordilheira dos Andes.

Em Baños Morales nós ficamos hospedados em uma cabana, a Correcaminos. Essa eu recomendo, foi ótima a nossa estadia lá. É bem simples, mas aconchegante, e os donos são muito simpáticos. Só é importante reservar antes, para garantir o lugar.

Após um almoço leve na cabana, com sanduíches e frutas, pegamos o carro novamente para ir às termas de Baños Colina. Foram 13km num caminho de terra bem enjoado, onde se passa por muitas minas, mas valeu a pena. As termas estão localizadas no meio do nada, quase na fronteira com a Argentina. Um lugar lindo, que valeria a visita só pela paisagem, mas que ainda conta com os maravilhosos banhos termais com lama de gesso. São 7 pequenas piscinas para se esbaldar, muito legal!

Depois de algumas horas em Baños Colinas, começou a chuviscar, e achamos que era melhor voltar à cabana. Tomamos banho, vimos a chuva cair e o posterior arco-íris, e depois acompanhamos o pôr do sol, que coloria de rosa a neve da cordilheira. Fizemos um belo jantar de macarrão com vinho e fomos dormir cedo, pois no dia seguinte faríamos uma longa caminhada.

O dia 29 começou nublado, mas enquanto tomávamos café e fazíamos os últimos preparativos para a caminhada, o céu abriu um pouquinho. Um pouco depois das 9h, partimos em direção ao Monumento Nacional El Morado, para caminhar até o Glaciar San Francisco.

A entrada do Monumento, que é um parque nacional, fica no próprio povoado de Baños Morales, bem próximo à cabana. O percurso até o glaciar é de 7.81 kms, dividido em 3 partes. O primeiro trecho, até Aguas Panimavidas é de 3km, com bastante subida. Depois, para Laguna Morales e o Glaciar San Francisco, a caminhada se torna um pouco mais plana.

O caminho é lindo, com paisagens de tirar o fôlego. E também reserva algumas surpresas, como os passarinhos Cometocino (ou Chanchito de la Cordillera), que são as aves mais simpáticas que já vi. Eram dezenas de passarinhos nos rodeando na Laguna Morales, subindo em nossas mãos e ombros sem a menor cerimônia, muito fofos!

Após algumas horas de caminhadas e algumas paradas para beber água, tirar fotos e comer, chegamos ao glaciar. Infelizmente o tempo voltou a fechar, e estava chuviscando novamente. Com isso, não pudemos ver o glaciar inteiro, já que ele estava encoberto pelas nuvens e tampouco pudemos ficar lá por muito tempo, já que a chuva e o vento frio não eram muito agradáveis e ainda tínhamos que percorrer os quase 8km de volta.
Mas valeu muito a pena!!! O caminho de volta foi mais rápido, mas tão bonito quanto a ida. E volta e meia olhávamos para trás, alimentando os olhos com as últimas visões do glaciar.

Finalmente voltamos para a cabana, comemos mais alguma coisa e arrumamos nossa bagagem de volta à Santiago. Chegamos à cidade no final da tarde, devolvemos o carro e voltamos de metrô para casa. O contraste de ambiente era tão grande, que nem parecia que havíamos estado no glaciar há apenas algumas horas atrás. Foi um passeio inesquecível!

Deixo vocês com algumas fotos desse maravilhoso lugar e com a forte recomendação de ir ao Cajon del Maipo. Aproveitem! :)


Cabana em Baños Morales
Termas Baños Colina
Monumento Nacional El Morado: começando a caminhada

A caminho do glaciar
Passarinho Cometocino
Glaciar San Francisco

1 de janeiro de 2011

Feliz ano novo!

E começou 2011!

Meu natal foi maravilhoso e os dias seguintes também. Passamos dois excelentes dias no Cajon del Maipo (depois eu escrevo um post à respeito) e tivemos uma ótima virada de ano. :)
No meu 1o dia de 2011 eu tive o enterro dos ossos das comidas de ontem, assisti toda a posse da Dilma (viva a 1a presidente mulher do Brasil!) e trabalhei na minha tese. Amanhã vou aproveitar o último dia com a minha mãe, antes que ela volte ao Brasil.

Espero que esse novo ano traga coisas boas para todos nós! :D
Deixo vocês com uma foto da queima de fogos de ontem no centro de Santiago e saudações para um feliz 2011. Até o próximo post!