28 de fevereiro de 2011

Bravura Indômita

Sábado eu fui ao cinema ver Bravura Indômita. O nome original do filme é True Grit e aqui no Chile traduziram para Temple de Acero. Seja qual for o nome, é um filme que vale a pena ver. Eu não esperava muito, já que não sou nenhuma fã de filme de cowboy, mas saí do cinema surpreendida.

O filme é baseado no livro de Charles Portis, de 1968. Em 1969, Henry Hathaway fez a primeira adaptação ao cinema. E agora, mais de 40 anos depois, Joel e Ethan Coen, fizeram essa nova versão. Eu não li o livro e nem vi o primeiro filme, mas o fato é que a história da garota de 14 anos que contrata um agente federal para vingar a morte do pai é cativante.

As atuações são ótimas e a música e as paisagens também. Como disse acima, é um filme que vale a pena ver. Deixo vocês então com o trailer e a minha recomendação.

27 de fevereiro de 2011

1 ano desde o terremoto

Hoje faz um ano desde o terremoto de 8.8 graus que sacudiu o Chile no dia 27 de fevereiro de 2010. Há seis meses atrás eu escrevi um post contando a minha experiência, então não é necessário repetir.

Estou mais tranqüila agora e fico feliz de ver que o país de recuperou bem. Hoje é um dia de relembrar as vítimas e esperar que quando ocorra outro terremoto assim (infelizmente não é possível esperar que não ocorram mais), o Chile esteja ainda mais preparado para suportá-lo.

Imagem que rodou o mundo após o terremoto de um ano atrás

26 de fevereiro de 2011

Dois anos de Chile

Hoje, 26 de fevereiro de 2011, faz exatamente dois anos desde que cheguei ao Chile.

Lembro-me perfeitamente desse dia. Era quinta-feira, depois do carnaval. Minha mãe já havia vindo no dia anterior, ela ia me buscar no aeroporto e passar a primeira semana aqui comigo.
Despedir-me do Rio foi difícil. Mas as semanas anteriores haviam sido tão corridas, com apresentação de monografia e carnaval, que a ficha só caiu mesmo na hora de partir. O último abraço nas pessoas queridas e a entrada na sala de embarque do aeroporto foram com o rosto coberto de lágrimas. A passagem pelo controle de passaporte, raio X e a entrada no avião foram como um borrão.

Depois que o avião decolou, li algumas cartinhas, da minha irmã e amigas. As lágrimas corriam soltas e só pararam quando, finalmente, a exaustão me levou a dormir.
De repente, eu já estava chegando. O comandante anunciou que íamos cruzar a Cordilheira dos Andes e aterrissar em Santiago. Nessa hora as lágrimas já haviam secado e a saudade foi jogada para um canto do coração. Veio a expectativa. Estava chegando na minha nova cidade, no meu novo país. No lugar que ia ser a minha casa por pelo menos dois anos.
A minha mãe estava lá me esperando. E isso fez toda a diferença. Se eu tivesse que ter me despedido dela no Rio, junto com os outros, talvez não tivesse força para continuar. Até aquele momento, não conseguia conceber a idéia de "casa" sem a mamãe.

Era noite quando eu cheguei à Santiago. Não pude ver muito da cidade e fomos direto a um hotel pertinho do Palácio La Moneda. Ao chegar no quarto e ligar o rádio, a primeira música que tocou foi "Eu sei que vou te amar". Simbólica coincidência.

A primeira semana passou bem rápido. Conheci muito de Santiago, me mudei para uma residência estudantil, comecei o mestrado, conheci muita gente nova. E finalmente me despedi da minha mãe. Era hora de começar a andar com as minhas próprias pernas.

E o tempo foi passando. Aprendi a cozinhar, a pagar as minhas contas, a cuidar de mim mesma quando fiquei doente… Encarei as aulas faladas em espanhol e as diferenças marcantes no ambiente acadêmico. Me mudei para um apartamento, dividindo-o com duas meninas que tinha acabado de conhecer. Vi o primeiro inverno chegar e a Cordilheira ficar branquinha, cheia de neve…
Terminei o primeiro semestre de mestrado e me despedi de pessoas que em tão pouco tempo tinham se tornado muito especiais. Um duro golpe.

Fui algumas vezes ao Rio e recebi algumas visitas aqui. O carinho pelas pessoas que estão longe só aumentou. Sem a sua presença é que verdadeiramente percebemos o quanto elas significam.

Tive momentos de profunda solidão. Conheci a frustração de metas não cumpridas e chorei muitas e muitas vezes. Amadureci. Percebi que quando estamos longe de nosso país, vamos ser sempre estrangeiros e senti o verdadeiro sentimento de pátria.

Por outro lado, fui me acostumando de mansinho com a minha nova vida. Santiago, de repente, virou casa. Ganhou um espaço no meu coração. Aprendi a apreciar e respeitar o Chile, com seus prós e contras, como todos os países. Conheci lugares lindos e paisagens de tirar o fôlego. E falar espanhol se tornou algo natural.

E aí completei um ano de Chile… Como o tempo passou rápido!
Já nas primeiras horas do meu segundo ano aqui, vivi um terremoto de 8.8 graus na escala Richter. Uma experiência que me marcou para sempre, mas que também propiciou mudanças inesperadas.

"Levantei, sacudi a poeira e dei a volta por cima." Mudei de apartamento e conheci muita gente nova, inclusive o homem que hoje é o meu companheiro. Com ele, mudei novamente de apartamento e começamos a gostosa aventura de viver juntos. Conheci mais do Chile, seu povo e sua cultura, e comecei a sentir-me muito mais integrada ao país.

Fiz menos visitas ao Brasil, mas recebi mais visitas aqui. Sofri novamente com a saudade. Passei pelo meu segundo inverno e até aprendi a praticar um pouco de snowboard. Criei esse blog, que se tornou uma terapia para mim. E, profissionalmente, passei muitas crises, e pensei várias vezes em jogar tudo para o alto.
Mas agüentei firme. Fiz novos planos e decidi ficar aqui para o doutorado, por pelo menos mais quatro anos. E estou cada dia mais perto de me tornar mestre em astrofísica.

E agora comemoro dois anos de Chile. Agradeço a todas as pessoas que, de perto ou de longe, contribuíram para o meu bem estar aqui. E que o terceiro ano seja ainda melhor! :)

Meu primeiro dia em Santiago de Chile, há dois anos atrás

25 de fevereiro de 2011

Bolo de cenoura com calda de chocolate

O meu bolo preferido é o de cenoura com calda de chocolate.

Lembro-me do dia em que o comi pela primeira vez. Acho que eu tinha uns 7 anos de idade. Era aniversário de uma amiga e esse foi o bolo do parabéns. Eu provei e achei uma delícia! Nem sabia que era de cenoura, só depois que me disseram...

Pois bem, já fazia muito tempo que eu não comia esse bolo. Eu não sou muito de cozinhar doces e nunca o tinha preparado. Mas no começo da semana comprei umas cenouras e me deu uma vontade imensa de comê-lo!
Para vocês terem uma idéia, eu nem tinha forma de bolo aqui em casa. Mas decidi que de hoje não passava. Saí da universidade e fui direto comprar uma forma, daquelas de silicone. Aí fui ao supermercado comprar o resto dos ingredientes, cheguei em casa, e coloquei a mão na massa.

Depois que o bolo ficou pronto, esfriando, eu fiz um belo de um jantar com frango e brócolis. Mas a água na boca era mesmo pela sobremesa. Coloquei a calda de chocolate e desfrutei desse belo bolo agora a pouco. Hummmmm!

Deixo vocês então com a foto do dito cujo e a receita (adaptada do site Tudo Gostoso), para quem se animar a fazer.

Bolo de cenoura com calda de chocolate


Bolo:

Ingredientes:
- 3 cenouras médias raladas
- 1/2 xícara de óleo
- 4 ovos
- 2 1/2 xícaras de farinha de trigo
- 2 xícaras de açúcar
- 1 colher (sopa) de fermento em pó

Modo de preparo:
- Bata bem no liqüidificador a cenoura com os ovos e o óleo.
- Numa tigela, coloque a farinha, açúcar e fermento. Mexa-os, e depois acrescente o creme de cenoura.  Misture bem, até que fique uma massa homogênea.
- Coloque a massa numa forma untada e asse no forno pré-aquecido (180º) por 40 minutos.

Calda:
Misture 4 colheres (sopa) de chocolate amargo em pó, 5 colheres (sopa) de leite, 1 1/2 colher (sopa) de margarina e 2 colheres (sopa) de açúcar numa panela em fogo baixo, até que adquiram a consistência desejada. 

Quando o bolo esfriar, é só colocar a calda (eu acrescentei também um pouco de chocolate granulado) e se esbaldar com essa delícia! Bom apetite! ;)

19 de fevereiro de 2011

Írisz Agócs

Há alguns meses atrás, navegando de blogs em blogs, eu descobri o trabalho maravilhoso dessa ilustradora húngara: Írisz Agócs.
Ela tem ilustrações de uma ternura incrível, uma mais linda do que a outra. Dá para passar horas olhando o seu blog. E ainda há a possibilidade de montar uma história usando as ilustrações dela, nesse site.

Noutro dia eu resolvi colocar o nome dela no google e encontrei imagens lindas que não estão no blog. Uma delas foi a imagem abaixo, que é a minha cara. Virou papel de parede do meu computador no ato. E agora resolvi compartilhar com vocês também. Vale a pena uma visita no blog da Írisz Agócs. :)

© Agócs Írisz

17 de fevereiro de 2011

Lugares do Chile - parte XIX: Museo de la Memoria y los Derechos Humanos

Continuando com a série de posts sobre lugares do Chile.
Hoje vamos para um local muito interessante no centro de Santiago: o Museo de la Memoria y los Derechos Humanos

Esse museu foi inaugurado há pouco mais de um ano, ainda no governo de Michelle Bachelet.
Chegar lá é muito fácil, basta pegar a linha 5 do metrô e saltar na estação Quinta Normal. O museu fica na frente da saída do metrô, é um prédio bem moderno, que contrasta com os outros daquela região antiga. 
E, de quebra, depois da visita ao museu, vale a pena visitar a Quinta Normal, um parque muito bonito que fica ao lado do metrô.

Mas vamos ao museu, que é o assunto do post.
Como todos sabem (ou deveriam saber), o Chile sofreu com uma forte ditadura militar no período de 1973 a 1990, sob o comando do general Pinochet. A idéia do museu então é dar visibilidade às violações dos Direitos Humanos cometidas nessa época, dignificar as vítimas e suas famílias, e estimular a reflexão e o debate sobre o tema, para que nunca mais volte a ocorrer algo parecido.

No pátio externo do museu nos deparamos com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, escrita em grandes letras de metal. Ao entrar, vemos um mapa com diversas histórias de desrespeito aos direitos humanos ocorridas no mundo, e os países que fizeram comissões para investigar esses abusos.
A exposição permanente do Museo de la Memoria y los Derechos Humanos é baseada na Comissão da Verdade realizada no Chile e é composta de várias salas que contam distintos aspectos do período de ditadura militar.

É um museu muito bonito e emocionante. Imagens do dia do golpe, documentos, histórias, homenagens às vítimas, relatos de horríveis torturas... as lágrimas vêm aos olhos sem se perceber. A exposição é cronológica e, pouco a pouco, vamos vendo como se desenrolaram esses 13 anos, até o plebiscito de 1988, que determinou que o governo de Pinochet terminaria em 1990.

Só indo lá para sentir, eu recomendo fortemente uma visita. E como disse Michelle Bachelet na inauguração do museu:
"No podemos cambiar nuestro pasado. Sólo nos queda aprender de lo vivido. Esta es nuestra responsabilidad y nuestro desafio."

Museo de la Memoria y los Derechos Humanos

14 de fevereiro de 2011

Feliz día de San Valentin!

Aqui no Chile, como em muitos outros países, se comemora o dia de San Valentin.
Bom, não é necessário um dia especial para se desejar felicidade a quem se ama...

Macanudo - Liniers
Ainda assim, feliz dia de São Valentin! hehehe

11 de fevereiro de 2011

Paisagens que ficam para sempre no coração

Eu estou lendo o livro Antártico, de Francisco Coloane, um autor chileno que viveu de 1910 a 2002 e escreveu muitos relatos sobre o sul do país.
Esse é um livro de contos. No conto En un caballo llamado Patria, encontrei uma frase que me chamou muito a atenção:


Francisco Coloane

Hay paisajes que permanecen en el corazón, suben a la mente y se quedan para siempre fijos en la memoria, y uno los ve en la realidad menos vivos que cuando se lo vienen sin saberse el porqué al paraje que hay detrás de la frente y la nuca.




Não poderia ser mais correto. Há paisagens que ficam para sempre no coração. E, às vezes, quando as revemos, não são exatamente como lembrávamos.
Acho que mais do que a paisagem em si, o que guardamos é o sentimento em relação àquele momento. A memória tem dessas coisas.
Eu tenho muitas paisagens assim e de vez em quando me ponho a recorda-las, com cuidado, fechando os olhos e tentando lembrar de cada detalhe...

10 de fevereiro de 2011

Estatísticas

Uma ferramenta interessante do blogger é o cálculo de estatísticas. Ele mostra (para o dia, semana, mês ou total) as páginas mais vistas, as "fontes de tráfico" (google, facebook, orkut, etc) e de que país, navegador e sistema operacional são os seus visitantes.

Eu pedi então para ele calcular as estatísticas dos meus visitantes desde que criei o blog, e aí está o resultado:



Em relação aos países, obviamente a maior parte dos meus visitantes é do Brasil e do Chile. O número de visitantes dos EUA (e Canadá) me surpreendeu, já que o blog é todo em português. Tenho amigos que moram na Alemanha, então faz sentido o 4o lugar. E quanto aos visitantes de Portugal, é legal ver como o idioma em comum nos aproxima..
Em relação aos sistemas operacionais, observa-se a predominância do Windows, mas também tenho muitos visitantes de Mac e Linux, isso é interessante. E o número de acessos por celular (e outros aparatos) vai crescendo, reflexo dos tempos modernos, hehehe.
E quanto à navegadores, o firefox ainda domina, claramente.

Agora chega de encher o saco de vocês com as minhas análises estatísticas! É que eu achei legal essa ferramenta e resolvi compartilhar. Até o próximo post! :P

8 de fevereiro de 2011

Asterix Legionário

Há certas coisas que a gente pode ler e reler centenas de vezes, nunca enjoar e sempre achar engraçado!
Os livros do Asterix são assim para mim. Desde que aprendi a ler, sou viciada nesses livros (e antes de aprender a ler, já adorava os desenhos animados).

A grande responsável é a minha avó. Ela é fã de Asterix e passou essa paixão para todos os seus filhos e netos. Não preciso nem dizer que temos a coleção completa de livros e filmes, né?
A combinação do humor de Goscinny com os desenhos de Uderzo é sensacional! E como disse na primeira frase do post, posso ler e reler Asterix sem enjoar, e morro de rir mesmo já sabendo o que vai acontecer.

Os livros pós-Goscinny, escritos e desenhados pelo Uderzo, também são bons. Mas os antigos são os melhores. O meu preferido é o Asterix Legionário, no qual Asterix e Obelix se alistam ao Império Romano para resgatar o noivo de Falbalá. É impagável!  

Já fazia um certo tempo que eu não lia Asterix, mas ontem, para matar a saudade, li o Legionário. Inspirada nessa leitura, resolvi escrever esse post. Para os que nunca leram Asterix, recomendo fortemente! Aos que já leram, também recomendo fortemente uma releitura. Faz bem para a saúde! :P

Deixo vocês com a capa de Asterix Legionário. Esses gauleses são mesmo loucos!


7 de fevereiro de 2011

Lugares do Chile - parte XVIII: Pichilemu

Continuando com a série de posts sobre lugares do Chile.

Hoje vamos à Sexta Región (ou Región del Libertador Bernardo O'Higgins). Em um outro post da série, eu já havia falado de seu interior, o Valle de Colchagua. Mas hoje vamos para o litoral, mas precisamente para a cidade de Pichilemu.

Pichilemu significa "Bosque Pequeno" no idioma mapudungun e é uma cidade especialmente famosa pela prática do surf. Há tempos que eu tinha vontade de viajar para lá, pois as minhas idas à praia ficavam muito restritas à Viña del Mar. No final do mês passado, finalmente realizei o meu desejo.

Foi uma viagem rápida, de fim de semana, mas super bem aproveitada! Eu fui com o Claudio (o namorado), e a idéia surgiu com o motivo de comemorar os nossos aniversários (ele também é de janeiro).
Nós não tivemos muito tempo para planejar, pois decidimos em cima da hora. Eu fiz uma lista com cabanas e albergues da região e nós fomos correndo para a rodoviária na 6a feira, depois do trabalho. (Um dado importante é que os ônibus para Pichilemu saem do Terminal Sur, que fica na estação de metrô Universidad de Santiago, ao lado do Terminal Alameda).

É claro que numa 6a feira de verão não é tão fácil encontrar passagens para o litoral. Mas conseguimos afinal um ônibus às 21h, que chegaria em Pichilemu por volta de meia-noite. Nas três horas de espera, aproveitamos para comer, ligar para as cabanas e fazer uma reserva.
Conseguimos uma vaga em uma cabana de El Bosquecito. Como nenhum dos dois já havia ido à Pichilemu, não sabíamos nada sobre localização e etc. Mas foi uma decisão acertada! Além da cabana ser bem direitinha, estar super equipada e ter um bom preço, fica bem próxima da rodoviária de Pichilemu e da praia.

A nossa estadia lá foi ótima! No sábado de manhã tomamos café num dos muitos pequenos restaurantes do centro e saímos para conhecer um pouco da cidade. A manhã ainda estava bem fria e nublada, mas depois o tempo abriu.
Fomos então conhecer às praias La Calletilla, La Puntilla e Las Terrazas. Nessa última havia diversas atividades de verão e nós aproveitamos para andar de cavalo (até o bosque, pela Laguna Petrel) e de banana. A água estava absolutamente gelada, mas as voltas de banana ajudam a dar coragem para um bom mergulho no mar.

Como toda essa brincadeira dá fome, fomos almoçar no Pepe Cuervo, um bar-restaurante com vista para o mar. Considerando a sua localização, até que ele não era tão caro. E o congrio com legumes estava uma delícia! Depois do almoço, fomos caminhar pelas praias, percorrendo as já citadas e chegando até a praia Infiernillo.
Ficamos de preguiça por lá até o fim da tarde, passamos num mini-mercado para comprar provisões e voltamos para a cabana. Já de noite, depois de um belo banho e um lanche, saímos novamente. Voltamos ao Pepe Cuervo e tomamos umas cervejas. Depois passeamos pelas feiras de artesanato, com direito a uma partida de totó, e voltamos para a cabana. Era hora de dormir, para poder acordar cedo no dia seguinte e aproveitar bastante.

No domingo de manhã, depois do café, pegamos um coletivo (esses táxis que têm um percurso fixo e se divide com outras pessoas) e fomos à Punta de Lobos, a praia mais famosa da região.
É um lugar lindo! E ideal para surfistas. Aproveitando então a inspiração dos muitos que passavam com suas pranchas, resolvemos fazer uma aula de surf na escola Viejos Lobos (custa 10.000 pesos a aula de pouco mais de uma hora).
Eu já não levo muito jeito para esportes e o mar estava meio agitado, mas foi muito divertido! Primeiro aquecemos e alongamos, e depois aprendemos alguns fundamentos na areia. Aí fomos para o mar, tentar colocar tudo em prática. Eu só consegui ficar de pé na prancha uma vez (é preciso muita força nos braços para se erguer rapidamente), mas até que não fui tãããão mal, considerando que era a primeira aula. E, cá entre nós, se não fosse pela roupa de neoprene que te emprestam para a aula, eu não teria passado uma hora me divertindo naquele mar gelado. :P

Depois da aula, já às 14h, era hora de pegar o coletivo de volta e se preparar para voltar à Santiago. Almoçamos um sanduíche e uma empanada no centro de Pichilemu, tomamos banho, arrumamos as coisas e fomos para a rodoviária, pegar o ônibus das 16h30.

Foi uma excelente viagem! Eu recomendo a todos! E para fechar o post, uma foto de Punta de Lobos. Boa viagem! :)

6 de fevereiro de 2011

Cisne Negro

Ontem eu e o Claudio fomos tentar ver O Ilusionista, uma animação do mesmo diretor de As Bicicletas de Belleville, no festival de cinema da PUC. Mas, ao chegar lá, já estava esgotado. Acho que a indicação ao Oscar fez com que todos que quisessem ver o filme, uma pena não conseguir ingresso. Vai ficar para depois...

Mas, para não perder a noite de filme, fomos correndo ao cinema mais próximo para ver Cisne Negro. Outro indicado ao Oscar, e super elogiado. Eu já estava com vontade de assistir, desde que ouvi falar dele no ano passado. E não me decepcionei: o filme é muito bom! Envolvente e com ótimas atuações, adorei!

E o fato de ter visto o Lago dos Cisnes no Teatro Municipal no final do ano passado ajudou ainda mais a entrar no clima. Como comentei em um post naquela época, é um lindo espetáculo de ballet.

Deixo vocês então com o trailer de Cisne Negro, que vale mais que mil palavras, hehehe. Recomendo fortemente! 

4 de fevereiro de 2011

Las venas abiertas de América Latina

Eu já havia dito em outro post que sou viciada em livros. Realmente adoro ler!
Tenho uma predileção especial por romances históricos e fantasia, mas isso não significa que não aprecie outro tipo de leitura. Gosto de bons livros de análise científica ou política, e recentemente li um clássico que adorei!

Las venas abiertas de América Latina, de Eduardo Galeano. Eu li o original em espanhol (uma edição de 1971, que é do meu pai), mas é fácil achar traduções em português ou outros idiomas.
Muitos já haviam me recomendado esse livro, mas eu não achei que fosse gostar tanto. Bom, eu já tinha lido outras coisas do Galeano e adorado (ele escreve muito bem!), e com esse não foi diferente.

O livro é uma análise da história da América Latina, desde a colonização até a época em que ele foi escrito.  Uma análise como nenhuma outra que eu já havia lido sobre o tema, e é fácil emocionar-se e ter raiva com tudo que passou na nossa história. Por outro lado, o livro foi escrito há 40 anos, então é interessante ver como algumas coisas mudaram e outras continuam as mesmas até hoje.

Eu não sou muito de fazer resenhas (e para saber mais, vocês podem olhar na wikipedia), mas recomendo fortemente a leitura desse livro! Se você é como eu, que já havia recebido recomendações, mas nunca tinha lido, não deixe para depois! Leia já!

Deixo vocês com a descrição do livro em sua contra capa:

Eduardo Galeano
"La historia es un profeta con la mirada vuelta hacia atrás: por lo que fue, y contra lo que fue, anuncia lo que será. Por eso en este libro, que quiere ofrecer una historia del saqueo y de la vez contar cómo funcionan los mecanismos actuales del despojo, aparecen los conquistadores en la carabelas y, cerca, los tecnócratas en los jets, Hernán Cortés y los infantes de marina, los corregidores del reino y las misiones del Fondo Monetario Internacional, los dividendos de los traficantes de esclavos y las ganancias de la General Motors. También los héroes derrotados y las revoluciones de nuestros días, las infamias y las esperanzas muertas y resurrectas: los sacrificios fecundos."