12 de abril de 2011

De volta, falando um pouco de astronomia :)

É, eu sei, já tem um tempinho que não escrevo aqui. É que a minha vida tem andado bastante corrida e não sobra muito tempo para o blog...
Mas aqui estou eu de volta, para satisfazer o meu pequeno grupo de leitores, hehehe. :)

Tanta coisa acontecendo! Por onde começar?
Bom, grande parte da minha correria se deve à minha situação acadêmica. Eu ainda estou terminando a tese de mestrado, mas já comecei o doutorado. Então já viu... é muito trabalho!
Mas estou levando, e estou gostando muito. Espero terminar bem a minha tese e também o meu primeiro semestre de doutorado.
E aí, no semestre que vem, as coisas já estarão mais tranqüilas. :)

Num post antigo eu comentei sobre o meu projeto de mestrado. Para o doutorado, mudei de tema e vou estudar discos de estrelas jovens.
As estrelas se formam em uma nuvem de gás e poeira. Essa nuvem vai se dissipando e formando um disco ao redor da jovem estrela. Nesse disco, a "poeira estelar" vai se juntando e começa a formar planetas. Depois, o gás é todo dissipado e sobra um sistema planetário, como o nosso Sistema Solar.
Então, estudar a estrutura, dinâmica e composição química dos discos de estrelas jovens é muito importante para entender como se formam as estrelas e os planetas. Bacana, não?

Uma maneira de estudar esses discos é usar a técnica de radioastronomia, ou seja, observar as ondas de rádio que vêm das estrelas com enormes antenas. O maior radio-observatório do mundo já está sendo construído, aqui no Chile. Ele fica no deserto do Atacama e se chama ALMA (Atacama Large Millimeter/submillimeter Array). Serão 66 antenas no total e, por enquanto, 10 antenas já estão instaladas. Vocês podem ver um pouco mais desse maravilhoso projeto nesse vídeo:



Enquanto o ALMA não entra em operação (falta pouco, pois ele vai começar a funcionar com 16 antenas), uma "antena-protótipo" já está funcionando desde de 2005: o APEX (Atacama Pathfinder Experiment). E é lá que eu vou observar no fim do mês.

Mas essas antenas estão a uma altitude de 5000m, então é necessário fazer o chamado "exame de altura geográfica" antes de ir. Hoje eu fiz esse exame (que incluía amostras de sangue, radiografia de tórax, eletrocardiograma e etc) e já fui aprovada para viajar. Estou muito ansiosa por essa experiência e vocês podem ter certeza de que eu vou relatá-la aqui no blog.

Agora tenho que parar de escrever, pois tenho muito o que fazer. Mas antes, deixo vocês com uma foto da antena do APEX, no meio do deserto:

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