Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.
Uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.
Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.
Uma parte de mim
almoça e janta:
outra parte
se espanta.
Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.
Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.
Traduzir uma parte
na outra parte
_ que é uma questão
de vida ou morte _
será arte?
Ferreira Gullar
Sempre gostei desse poema e acho que é uma boa maneira de começar.
Decidi que o blog não vai ter nenhum tema específico, será uma colagem de coisas que eu gosto, de partes de mim.
Talvez uma maneira de conhecer-me melhor. Ou talvez simplesmente um monte de coisas sem sentido.
Gostei!
ResponderExcluirQuem sabe voce nao me inspira a ressussitar o meu blog? Acho digno... :)