20 de agosto de 2010

Uma vez Flamengo, sempre Flamengo

Todo mundo que me conhece sabe que eu sou Flamengo. É uma parte de mim, como ser carioca, ser astrônoma ou gostar de beber cerveja. O que muitos não sabem é como essa história de amor começou.
Apesar de sermos os atuais campeões brasileiros, 2010 está sendo um ano conturbado para o Mengão e eu confesso que não tenho acompanhado muito o meu querido rubro-negro. A distância também ajuda, pois é difícil ver os jogos estando no Chile e ninguém comenta muito sobre os times brasileiros por aqui...
Mas há esperança agora com o Zico e eu resolvi reafirmar o meu "Flamenguismo" com esse post.

Meus pais são Flamengo e boa parte da família (os mais inteligentes, é claro) também o são. Tenho foto com o Manto Sagrado ainda bebê e a exponho com orgulho. Comecei a gostar de futebol na copa de 1994, a primeira de que tenho memória. O momento do Brasil era ótimo e foi fácil gostar do Romário.
Na época todas as crianças falavam de futebol e a pergunta "qual é o seu time?" (ou "que time é teu?", hehehe) era constante. Eu dizia Flamengo, é claro. Mas ainda não sabia o que era ser Flamengo.

Em 1995 o Flamengo montou aquele ridículo "melhor ataque do mundo" e a minha irmã era apaixonada pelo Sávio. Nos anos seguintes ela e a minha mãe começaram a freqüentar o Maracanã, mas eu ainda não ligava muito pra futebol e, segundo elas, eu era muito pequena para ir nos jogos. Elas iam só nos clássicos...
Em 1996 o Flamengo foi campeão carioca e no ano seguinte era grande a vontade de ver um jogo no Maraca. Mas quem queria levar a menina de 9, 10 anos no estádio? A primeira oportunidade surgiu com um botafoguense. Acho que foi contra o Grêmio, não tenho certeza... Eu tinha muita vontade de conhecer o "Maior do Mundo", mas fui naquele jogo principalmente de birra: "Ah, é? Vocês não querem me levar no jogo do Flamengo? Então eu vou no jogo do Botafogo!".

Não digo isso só porque sou Flamengo, mas a experiência foi realmente sem graça. Um 0X0 sem nenhuma emoção e uma torcida muito da mixuruca. Mas estava dado o pontapé para convencer a me levarem nos jogos do Mengão e a grande oportunidade veio no dia 1o de outubro: Flamengo X Juventude. Éramos 6 mulheres: adultas, adolescentes e crianças. Peguei uma camisa do Flamengo emprestada com uma amiga, daqueles bem vagabundas, de camelô. Coloquei o meu shortinho de lycra e o meu tênis Ortopé (eu tinha 10 anos, afinal de contas) e lá fomos nós.
Muitos detalhes se perderam na memória, mas esse foi o dia em que a paixão rubro-negra se acendeu em mim. Uma vez Flamengo, sempre Flamengo.

O jogo em si não foi nada de mais, 1X0 pro Mengão, bem feijão-com-arroz. E por algum motivo a Raça não compareceu em massa naquele dia, quem estava fazendo mais volume era a Jovem. Mas para mim foi algo muito especial. Entrar no Maraca teve um gosto bem diferente dessa vez e me arrepiei ao passar pelo corredor que leva à arquibancada. Aquilo sim que era torcida, aquele sim era o time para o qual eu queria torcer!
Curiosamente, aquela era a partida logo antes do Flamengo X Vasco. O jornal O Dia estava fazendo uma reportagem sobre as mulheres nos estádios, para publicar no dia do clássico. Nos entrevistaram e tiraram fotos. Minha primeira ida (de verdade) ao Maracanã foi registrada e publicada no domingo seguinte. O conteúdo da reportagem não tinha nada a ver com o que falamos, mas a foto está lá, eternizada num jornal amarelado, que guardamos até hoje.

E aí começou a nossa história de amor, minha e do Flamengo. Aprendi todas as músicas de torcida, inclusive aquelas cheias de palavrão. Aprendi o hino inteiro e a escalação do time. Pedi um Manto Sagrado de presente. Aprendi sobre a história do Mengão e os principais jogadores e títulos. Fiquei rouca de tanto gritar e derramei lágrimas de emoção e tristeza. Coloquei muitos pôsteres na parede e vi muitos títulos. E fui ao estádio em muitos e muitos jogos depois, contra os mais diversos times. O Maraca foi reformado, colocaram cadeiras, acabaram com a geral… Mas o corredor de acesso à arquibancada ainda está lá e todas as vezes que passo por ali e escuto milhares de vozes cantando "Oh, meu Mengão! Eu gosto de você!", me arrepio. O meu coração bate mais forte e eu me lembro daquele dia marcante em 1997…

Uma vez Flamengo, Flamengo até morrer.


3 comentários:

  1. Tinha que ter um post urubu, ne? Se nao nao seria a Lara...

    Alias, vc me deu uma ideia... Como estou aqui em sp, na casa da bel, cercada de criancas e com um teclado que se recusa a acentuar, acho que vou desenterrar um post do meu antigo fotolog, de quando o Flu foi campeao da copa do brasil. Eu ja tava pensando em fazer isso pra homenagear papai... Acho que vou aproveitar sua deixa entao!

    p.s. meu cunhado acabou a me ensinar como colocar acentos, mas não vou sair reacentuando tudo pra trás não... jajajaja

    ResponderExcluir
  2. Lara, muito tocante a sua paixão pelo Mengo. Atualizando o tema do campeonato brasileiro, penso que será uma grande emoção ver, neste ano, o seu time passar a faixa para o meu Corínthians! Eternamente, dentro dos nossos corações.
    Wagner

    ResponderExcluir
  3. Oi Wagner, que bom "vê-lo" por aqui! :)
    Mas não cante vitória antes da hora, pois ainda tem muito campeonato pela frente, hehehe.

    ResponderExcluir