Lugares do Chile - parte XXVI: Dicas básicas de Santiago

Já faz 3 anos e quase 5 meses que eu moro em Santiago, e muita gente me pede dicas da cidade. Amigos e conhecidos que vêm para cá, amigos e conhecidos de amigos que vêm para cá, e desconhecidos aqui no blog... 
Pois bem, para ajudar essas pessoas e não ter que sempre repetir as mesmas coisas, resolvi fazer esse post com algumas dicas básicas da cidade e arredores. Aí vai:

1 - A primeira providência ao chegar no aeroporto de Santiago é pegar um mapa da cidade, para se localizar melhor. Se não achar no aeroporto, peça um no seu hotel/hostal. Quase tudo aqui pode ser feito de metrô e ter um mapa em mãos ajuda muito na hora de sair da estação.
Para andar de metrô pela cidade, pode-se comprar bilhetes, mas é mais fácil usar a tarjeta Bip!, que está à venda nas bilheterias do próprio metrô. Se for andar de ônibus, esse cartão é imprescindível, pois eles não aceitam dinheiro. Para saber quais ônibus e metrô pegar para chegar ao seu destino, use o site do Transantiago.

2 - Visite o Cerro San Cristóbal. Para chegar lá, basta saltar na estação de metrô Baquedano (linha 1 e linha 5), andar pela calle Pio Nono até o final e pegar o funicular. A melhor vista de Santiago é a desse morro, e vale a pena visitá-lo. Com o mesmo funicular também é possível ir ao Zoológico, e ali bem perto também está uma Casa do Pablo Neruda, La Chascona, que vale uma visita.
Ao andar pela calle Pio Nono, indo ou voltando do Cerro San Cristóbal, não deixe de entrar numa galeria chamada Patio Bellavista, que tem vários bares, restaurantes e lojinhas. A própria calle Pio Nono tem vários bares mais baratos, e a rua paralela, Constituición, tem excelentes restaurantes.

3 - Outra visita imperdível é o Cerro Santa Lucía, que está na estação de metrô de mesmo nome (linha 1). Esse morro também tem uma vista legal, mas a principal atração é o local em si, uma antiga fortaleza. 
Não deixe de ir também na feirinha de artesanato que fica do outro lado da rua; lá há todos os tipos de souvenires a um preço bem razoável, além de roupas, jóias e outros acessórios.

4 - Ninguém pode vir à Santiago sem visitar o Palacio de La Moneda, a casa do governo federal. Pode-se chegar de metrô (estação La Moneda, linha 1) ou andando a partir do Cerro Santa Lucía, pela Av. Libertador Bernardo O'Higgins (também conhecida como Alameda). No caminho, passa-se pela Iglesia de San Francisco, pelo Barrio París-Londres e pela Casa Central da Universidad de Chile, que também são interessantes de visitar. 
Em frente ao Palacio de la Moneda há uma bandeira do Chile gigante, que foi inaugurada no bicentenário da independência, em 2010. E embaixo do palácio há um ótimo Centro Cultural, que sempre tem boas exposições e vale a visita. Depois, saindo de lá, aproveite para andar um pouco mais pelo centro da cidade, principalmente pelas ruas de pedestre Paseo Ahumada e Estado, até chegar na Plaza de Armas.

5 - A Plaza de Armas (estação de metrô de mesmo nome, linha 5) é o lugar de fundação da cidade, onde fica a Catedral, a Municipalidad de Santiago, o primeiro prédio dos Correios (entre, que é bonito por dentro) e o Museo Histórico Nacional. Ali a arquitetura antiga se mistura com a moderna, formando um bonito contraste. 
Bem pertinho, andando pela calle Compañia de Jesus até a calle Bandera, está o Museo de Arte Precolombino, que é muito interessante e vale uma visita. Atenção que tanto o Museu Precolombino quanto o Histórico Nacional fecham nas 2as feiras.

6 - Ainda no centro, não deixe de ir ao Mercado Central (estação de metrô Cal y Canto, linha 2). Está bem perto da Plaza de Armas, é só andar pela calle Puente. É o paraíso para comer peixes e frutos do mar (inclusive a famosa centolla, o carangueijo gigante). Um restaurante que recomendo é o El Galeón, mas há vários outros que também são bons. Além de comer, é legal andar pelas peixarias do local e ver as estranhas criaturas marinhas que se vendem por lá. 
É importante chegar cedo para almoçar e, no caso das mulheres, não ir com roupa muito curta ou colada, porque os homens lá dentro mexem demais, de maneira incômoda.

7 - Vá também ao Barrio Lastarria (estação de metrô Universidad Católica, linha 1). Lá está o Centro Cultural Gabriela Mistral, e vários cafés, bares, restaurantes e lojas legais. Na Calle Merced, está a ótima sorveteria Emporio La Rosa, e as lojas Tienda Nacional e Galería Plop!
Ali perto está o Museo de Bellas Artes, no Parque Forestal. Do lado de trás do museu há uma bonita escultura do Bottero, e o parque em si também é legal para caminhar um pouco.

8 - Uma visita imperdível é o Museo de La Memória y de Los Derechos Humanos (estação de metrô Quinta Normal, linha 5) - é lindo, forte e emocionante. Aproveite para entrar também na Quinta Normal (tipo uma Quinta da Boa Vista), dar uma volta e conhecer o Museu Nacional de História Natural. Ambos museus fecham nas 2as feiras.
Ali perto também está o histórico Barrio Yungay, com sua praça, edifícios antigos e grafites nos muros. Vale a pena almoçar na clássica Peluqueria Francesa, que fica na esquina das calles Compañía de Jesus e Libertad. Se for num fim de semana, é melhor reservar antes.

9 - Depois de andar tanto por Santiago Centro, é bom visitar outras comunas da cidade. Providencia é uma das mais conhecidas. Vale a pena andar por suas ruas, principalmente entre as estações de metrô Pedro de Valdivia, Los Leones e Tobalaba, vendo as lojas e restaurantes. Não deixe de entrar na Casa&Ideas, uma loja linda!
Em Los Leones está o Restaurante Giratório, que é divertido de ir (principalmente no almoço, por causa da vista da Cordilheira), e na estação Manuel Montt está o Bar Liguria, que é bom de ir à noite. Durante o dia, cruzar o Rio Mapocho entre Pedro de Valdívia e Los Leones, e ir ao Parque de las Esculturas, que é bem bonito.
E, recentemente, abriu o enorme shopping Costanera Center (está nos 6 primeiros andares do edifício de mesmo nome, na estação Tobalaba). Para quem quer fazer compras, vale uma visita.

10 - Outra comuna conhecida é Las Condes. Perto da estação de metrô El Golf (linha 1) está a calle Isidora Goynechea, que tem vários restaurantes e bares. A pizzaria Tiramisu é ótima e o Piola é um bar/restaurante muito bom e não tão caro. Perto da estação Los Dominicos está o Observatório Astronómico Nacional, onde faço doutorado. Há visitas noturnas com observação do céu nas 4as feiras, mas somente de setembro a janeiro e de março a maio. Recomendo!
Em Las Condes também estão os shoppings Parque Arauco e Alto Las Condes, que têm várias lojas com preços muito mais em conta que no Brasil (seja de roupa, eletrônicos ou vinhos), além de bons restaurantes. Para ir ao Parque Arauco, desça na estação Escuela Militar, e pegue o ônibus C11 (ou táxi). Para ir ao Alto Las Condes, desça em Manquehue, e pegue os ônibus 406 ou 426 (ou táxi).

11 - Vitacura é uma comuna chique e mais residencial. Pela bonita calle Alonso de Córdova estão lojas carérrimas, tipo Empório Armani, e muitas lojas de decoração (também bem caras). Na Av. Vitacura está o Museo de la Moda, que é legal de visitar. Para chegar lá, basta pegar o ônibus 405c na Plaza Itália (ponto final, estação de metrô Baquedano) ou em Providencia (estação Los Leones, na calle 11 de Septiembre, em frente à loja Paris).

12 - Um passeio essencial para quem vem ao Chile é visitar uma vinícola, claro! Se te disserem para ir na Concha y Toro, não dê ouvidos! É muito mais longe, muito cheia e extremamente turística... vale mais a pena ir na Cousiño Macul, pegando o metrô até a estação Quillin (linha 4) e de lá pegando um táxi (há um ponto de táxi no estacionamento do shopping). Eles têm um tour com degustação (que também pode ser feito em bicicleta), e você ainda leva a taça de presente. É melhor reservar antes (pelo site ou telefone), e os horários de tour já são pré-determinados, em espanhol ou inglês.
Se você tiver um interesse maior em vinhos e quiser visitar outras vinícolas, aí pode ir na Concha y Toro mesmo, ou também na Santa Rita e Undurraga. 

13 - Aproveite para visitar também Valparaiso e Viña del Mar, cidades litorâneas (uma boa oportunidade de conhecer o Oceano Pacífico).
Valpo é uma cidade muito interessante! Vale a pena passear principalmente pelos Cerro Alegre e Concepción, Cerro Artilleria, e o porto (com direito a passeio de barco). Os detalhes estão todos no post que escrevi sobre Valparaíso. Do porto sai um metrô para Viña, que é um balneário, mas para quem vem do Brasil não tem assim taaanta graça (só recomendo passar lá se tiver tempo). 
Para ir à essas duas cidades, é só pegar um ônibus (tem a cada meia hora), saindo da rodoviária de Santiago (estação de metrô Universidad de Santiago, linha 1). Outra opção é contratar um tour em alguma agência turística. Se for de ônibus, não se impressione ao chegar em Valparaíso, pois o local da rodoviária é bem feinho. E, chegando lá, aproveite para pedir um mapa, pois a cidade parece um labirinto em algumas partes.

14 - Por último, uma dica de inverno. Se você vem para Santiago nessa época, não pode deixar de visitar uma estação de ski e aproveitar a neve. Aqui perto estão 4 estações para as quais se pode ir e voltar no mesmo dia: Farellones, El Colorado, Valle Nevado e La Parva (mais informações nos links).
Do centro comercial Omnium (Av. Apoquindo 4900, estação de metrô Escuela Militar, linha 1) saem as vans de transporte para essas estações, e de lá também se pode alugar roupa e equipamentos (geralmente com preços mais em conta do que na montanha). Farellones e El Colorado contam com sua própria loja nesse centro comercial, mas para ir à Valle Nevado e La Parva, o serviço é pela empresa Ski Total.

PS 1: A conversão básica de moedas é a seguinte: 1000 pesos chilenos = 4 reais, já incluindo as taxas de cambio. 

PS 2: Santiago recebe cada vez mais turistas brasileiros (todos os dias eu ouço alguém falando português nas ruas, sem brincadeira). Os chilenos geralmente são bem receptivos com os brasileiros, mas lembre-se que ninguém aqui tem a obrigação de falar português, e que tentar falar um simpático portuñol sempre ajuda.